Br-163 – solução logística e perspectivas de integração nacional
Por Flávio Marrano*
O sonho começou no final dos anos 1940, quando Getulio Vargas propunha a “Marcha para o Oeste”, que tinha como principal objetivo aumentar a participação da Amazônia na economia da nação. Mas a intensificação de transferência de pessoas para a área de abrangência da BR-163 ocorreu com os processos de colonização implantados na metade da década de 1970, com o Plano de Integração Nacional – PIN, cujo lema era “integrar para não entregar”. Tinha como justificativa, resguardar a soberania, pois havia muito interesse de empresas multinacionais pela região.
Com a abertura da BR-163 e outras estradas entre os anos de 1970 e 1980, Mato Grosso e Amazônia em geral, começaram a se integrar a economia nacional, com maior desempenho do estado do Mato Grosso, que se transformou em um grande pólo de produção agrícola na última década do século 20.
Avaliada em mais de R$ 1 bilhão, a rodovia BR-163 é, para o oeste do Pará e para o Estado do Mato Grosso, uma das obras mais importantes na Amazônia. Em Santarém, o asfaltamento é visto como a grande chance de interligar a região ao restante do país, promovendo o desenvolvimento de forma espetacular. No Mato Grosso, a estrada é tida como a via natural para o escoamento da produção de mais de 22 milhões de toneladas de grãos. Atualmente é transportado pela BR-163 parte da produção agrícola do estado de Mato Grosso. Transitam aproximadamente três milhões de toneladas de soja por ano, outras quatro mil carretas com produtos da Zona Franca de Manaus e 1,2 mil caminhões carregados com combustível.
Segundo estimativas, nos próximos dez anos, somente o Estado de Mato Grosso, deverá produzir em torno de 45 milhões de toneladas de grãos, das quais 30 milhões de toneladas serão de soja, ou seja, quase o dobro da produção atual.
Com a pavimentação, a BR-163 se tornaria peça fundamental, um aliado estratégico para desenvolvimento do comércio