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Aumento de R$ 0,20 na passagem obriga paulistanos de baixa renda a pular refeiçõesGil AlessiDo UOL, em São Paulo.
12/06/2013 às 11h56 - Atualizada 22/06/2013 às 12h33. O reajuste de R$ 0,20 no preço da tarifa dos transportes públicos na cidade de São Paulo pode parecer pequeno para alguns, mas obrigou paulistanos de baixa renda a deixar de fazer refeições e a arranjar "bicos" para conseguir pagar o novo valor das passagens.
O trabalhador que recebe um salário mínimo do Estado de São Paulo (um pouco mais alto do que o nacional: R$ 678) --R$ 755-- e utiliza um ônibus e um metrô para ir e um ônibus e um metrô para retornar do trabalho terá gasto, ao final do mês, R$ 200, mais de 26% do total de sua renda.
"Além de trabalhar como cuidadora 26 dias por mês, ainda chego em casa e preciso fazer bordados e crochê em panos de prato para complementar a renda", afirmou Humbertina Lima da Silva, 47, nesta quarta-feira (12), na praça da Sé, região central da capital, onde ontem ocorreu um enfrentamento entre a polícia e manifestantes que pediam a redução das tarifas.
Humbertina, que ganha pouco menos de mil reais por mês e mora em Mogi das Cruzes (a 57 km da capital), estima em R$ 50 o valor adicional gasto com transportes após o aumento da passagem. "Por isso os protestos pela redução são importantes", diz.
A estudante e auxiliar administrativa Caldineya Oliveira Santos, 23, afirma que deixou de se alimentar entre o almoço e a hora em que chega em casa da faculdade. "Almoço no trabalho, por volta do meio-dia, e depois só como lá pelas 23h. Meu salário de R$ 900 não permite que eu pague R$ 3,20 no transporte e me alimente direito", diz.
Para o gari Célio Ferreira, 35, o novo preço prejudica muito quem tem um orçamento limitado. "Deixo de comprar alimentos ou às vezes até mesmo uma garrafa de água", afirmou. Segundo ele, que recebe R$ 800 por mês, o preço justo para o transporte público seria "no máximo R$ 1,50".
Após o reajuste na passagem, Célio disse que passou