Blaise Pascal
Viveu na época do grande racionalismo, porém um pensador contra a corrente. Crítico de seus contemporâneos e da confiança excessiva da razão.
Apesar de ter sido um grande matemático e físico, e de ter inventado a calculadora, não aceitava o reducionismo matemático nas questões humanas.
“O coração tem razões que a razão desconhece” (PASCAL, Pensamentos, p. 107). Pascal preferiu refletir sobre a condição trágica do ser humano, ao mesmo tempo magnífico e miserável, capaz de alcançar grandes verdades e gerar grandes erros.
Na sua obra, Pensamentos, escrita sob forma de aforismos, questiona a situação paradoxal do ser humano em meio a toda realidade existente: “No fundo, o que é o homem na natureza? É nada em relação ao infinito, é tudo em relação ao nada, algo de intermediário entre o nada e o tudo”. Diante das novas teorias astronômicas de seu tempo, confessa: “O silêncio eterno dos espaços infinitos apavora”.
Limites da razão
Defendeu a ideia de que o ser humano não pode conhecer o principio e o fim das realidades que busca compreender. Estaria limitado apenas as aparências, já que, em suas palavras, “só o autor dessas maravilhas as compreender; ninguém mais pode fazê-lo”.
A razão humana seria impotente para provar a existência de Deus. Dependeria da fé a crença em um Deus, cuja existência jamais poderá ser provada. “O supremo passo da razão está em reconhecer que há uma infinidade de coisas que a ultrapassam”. Dessa forma ele dirá: “O coração – e não a razão – é que sente Deus. E isto é a fé: Deus sensível ao coração e não à razão”.
Polemizou contra o Deus dos filósofos e dos sábios. Pascal buscava recuperar era o “Deus de amor e consolação, é um Deus que faz cada qual sentir interiormente a sua própria miséria e a misericórdia infinita de Deus”.