black cat
Já em suas primeiras linhas o confesso anuncia que “seria louco se esperasse algum crédito num caso em que (os seus) próprios sentidos rejeitam o que testemunharam.”, mas também, logo em seguida, com extrema veemência afirma não ser louco e que tampouco esteve sonhando. A partir desses pontos somos convidados a partilhar dessas incertezas, questionando-nos se a confissão que nos é apresentada pode ser interpretada como os delírios de uma mente patologicamente perturbada ou como uma manobra de argumentação de alguém que quer apenas livrar-se da culpa.
Pude perceber que a narrativa está apoiada na superstição diante de acontecimentos sobrenaturais que ocorrem durante a história, sua narração deveria ter sido mesmo com um gato preto e seu nome tinha que ter sido Plutão para que a obscuridade do mal no conto fizesse total sentido.
Depreende-se, assim, com a leitura do conto que Poe trabalha com maestria os mistérios da morte e da loucura, aprofundando-se em certos estados da mente humana, como se pode observar quando o narrador-personagem define suas alterações de personalidade que ocorrem ao longo do conto, desde as pequenas alterações à perda total do controle emocional e psíquico, sendo este último estado piorado pelo consumo abusivo de álcool.
Todo o conto gira em torno da superstição popular, o personagem apesar de não acreditar em superstições e crenças passa por vários acontecimentos sobrenaturais depois da morte de seu gato.
É importante ressaltar que durante o conto o personagem rompe a linearidade do tempo, devido às necessidades da evolução da história, realiza lapsos temporais, mistura o passado empregando o pretérito-perfeito, com o presente da narrativa, tornando assim o conto um universo fantástico. Portanto o narrador