BIOTECNOLOGIA DO VENENO DE SERPENTES

BIOTECNOLOGIA DO VENENO DE SERPENTES.
CARACTERIZAÇÃO
Existem aproximadamente 2.900 espécies de serpentes no mundo. No Brasil, temos 321 espécies divididas em 9 famílias, ou seja, cerca de 10% do total de espécies, no entanto, apenas duas famílias (Elapidae e Viperidae) possuem glândulas de produção de toxinas e aparato inoculador. Os quatro gêneros ocorrentes no Brasil são Bothrocophias, Crotalus, Lachesise Bothrops, este último com 20 espécies encontradas no Brasil, sendo o objeto deste trabalho a espécie Bothrops jararaca
AÇÃO DO VENENO
O envenenamento por serpentes do gênero Bothrops tem o quadro clínico de edema, esquimose, dor, linfadenomegalia, bolhas, insuficiência hipofisária crônica, choque, insuficiência renal, hemorragia digestiva, hemorragia de sistema nervoso central e óbito.
A peçonha de serpentes é formada por uma mistura complexa de substâncias como proteínas com ação de proteases, como as serinoproteases e as metaloproteases, que são as principais responsáveis pela interrupção da hemostasia e pelos efeitos danosos do veneno sobre os tecidos após a picada. Possui também enzimas proteolíticas com ação sobre componentes de membrana basal do endotélio vascular, além da ação em fatores de coagulação. Diversos componentes do veneno de serpentes podem causar mionecrose, tais como: como as miotoxinas e a crotamina.
Os venenos das serpentes brasileiras, sobretudo as jararacas, são misturas biológicas complexas de toxinas, enzimas e outras substâncias ativas. Muitos desses componentes têm funções essenciais na coagulação sanguínea, pressão arterial, agregação plaquetária, transmissão do impulso nervoso, funções analgésicas e anti-cancerígenas e outras ainda em fase experimental ou por serem descobertas. Por isso, os venenos são usados como ferramentas de diagnóstico e remédios. O veneno de cascavel é utilizado em uma eficaz cola cirúrgica.
MEDICAMENTOS
Em 1965 foi isolada a proteína de veneno da jararaca que, depois de pesquisas, resultou em um