Biopirataria
A biopirataria é a prática ilegal de exploração, manipulação, exportação e comercialização de recursos biológicos de um país a outro, com finalidade já determinada, sendo esses direcionados à confecção de medicamentos ou cosméticos. Essa prática marca um processo descontrolado de retiradas da natureza, que a impede de suprir ou renovar o que dela foi tirado. Tal atividade se caracteriza principalmente pelo envio ilegal de animais e plantas para o exterior.
Essa prática também se dá pela apropriação e monopolização dos conhecimentos das populações tradicionais, no que se refere ao uso dos recursos naturais.
Estima-se que milhões de animais e plantas são contrabandeados de países como o Brasil, Indonésia, China e Índia. A forma como as riquezas biológicas são expostas, geram cada vez mais prejuízos à biodiversidade, pois muitos se passam por turistas ou cientistas bem intencionados e conseguem acesso aos índios, mateiros e matutos; Esses, que conhecem bem a finalidade de cada planta e de cada animal e suas peçonhas, passam todo seu conhecimento, perdendo assim o controle sobre esses recursos.
O Brasil, por possuir uma enorme biodiversidade, é alvo constante da biopirataria. Segundo a organização não governamental Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, aproximadamente 38 milhões de animais da Amazônia, mata Atlântica, das planícies inundadas do Pantanal e da região semiárida do Nordeste são capturados e vendidos ilegalmente, o que rende cerca de 1 bilhão de dólares por ano.
Nos últimos anos, através do avanço da biotecnologia, da facilidade de se registrar marcas e patentes em âmbito internacional, bem como dos acordos internacionais sobre propriedade intelectual, as possibilidades de tal exploração se multiplicaram.
Um caso de biopirataria foi o contrabando de sementes da seringueira, pelo inglês Henry Wickham. Essas sementes foram levadas para a Malásia e após algumas décadas, este país passou a ser o principal exportador de