Bion x Filme Doze Homens e Uma sentença
Grupo de trabalho é a união de pessoas para a realização de uma tarefa específica, onde cada membro do grupo colabora com sua cooperação e com expressões de seu ponto de vista. Para Bion, para haver um espírito bom de grupo, são necessários: A existência de um propósito comum; reconhecimento comum dos limites de cada membro, sua posição e sua função em relação às unidades e grupos maiores; distinção entre os subgrupos internos; valorização dos membros individuais por suas contribuições ao grupo; liberdade de locomoção dos membros individuais dentro do grupo; capacidade do grupo enfrentar descontentamentos dentro de si e de ter meios de lidar com ele.
Sujeitos dentro de um grupo podem ser influenciados por opiniões consideradas pela maioria. Mesmo que sem perceber, até se suas opiniões forem opostas à opinião do restante, são desagradavelmente influenciados, sejam por sobrecargas de emoções ou pode medo de julgamentos. No momento inicial do filme “Doze Homens e Uma Sentença” parecem estar todos de acordo com a decisão da condenação do réu, até o momento em que um senhor não concorda e pede que todos conversem sobre o assunto e não simplesmente dêm os seus votos declarando-o culpado pelo crime sem ao menos discutirem o assunto, afinal de contas está em jogo a vida de alguém. Neste momento onde é proposto ao grupo pensar sobre a questão, discutir, argumentar, questões individuais começam a serem manifestadas.
Bion criou a expressão "valência" para indicar a maior ou menor capacidade de cada indivíduo dentro do grupo para participar das suposições básicas grupais. Dentro de um processo terapêutico, deve-se tornar conscientes esses pressupostos para aprender a manejá-los e reduzir a influência negativa que exerce em direção ao cumprimento do objetivo, cabendo ao analista a tarefa de proporcionar ao grupo o "insight" do que está acontecendo.
No filme, inicialmente o grupo se apresenta como de supostos básicos