biografia de Al-khwarizmi
Num livro que, provávelmente, nunca será publicado em Portugal, o escritor Cristopher Linton apresenta-nos uma extensa e erudita descrição do nascimento e desenvolvimento da Astronomia Matemática. A obra foi intitulada “From Eudoxus to Eisnstein, a History of Mathematical Astronomy”, não deixando dúvidas quanto ao amplo escopo do seu conteúdo e da ambição do autor.
Uma obra de tamanha envergadura tem inúmeros temas e capítulos, versando variadíssimos temas. De todos eles, e dada a escassez do tempo disponível para a leitura, feita numa aprazível livraria de Roterdão, centrei a minha atenção na leitura do período de transição da era Greco-Romana para a era Medieval, transição essa em que emergem e brilham intensamente a religião e a cultura Islâmicas, nomeadamente na Peninsula Ibérica.
Já abordei antes este tema (aqui e aqui), na tentativa de contrariar, até onde me for possível, um ancestral desprezo a que foram votadas as realizações notáveis dessa religião e dessa cultura na sua época de expansão, realizações persistentemente ignoradas durante muitos séculos por uma historiografia de preconceituosos eurocentrismos e excessivas subserviências ao Catolicismo da Reconquista, ainda imbuído de agressiva animosidade contra o Islão.
Em traços breves, dá-nos Linton uma visão do período de decadência da Império Romano. Diz-nos que o grande Ptolomeu foi um dos últimos cientistas da Antiguidade e que, nos séculos subsequentes à sua morte, se acentuou a decadência da actividade científica dos Gregos, que gradualemente decresceu em quantidade e qualidade.
Quando os Muçulmanos conquistaram, no século VII, as regiões circundantes do Mediterrâneo, encontraram os vestígios e registos de mil anos de actividade intelectual Helénica, mas não encontraram muita actividade científica efectivamente a decorrer.
Em menos de dois séculos de rápida expansão militar, a civilização Islâmica ganhou raízes