BIODETERIORAÇÃO DE CONCRETO

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BIODETERIORAÇÃO DE CONCRETOS E ARGAMASSAS

O tema deste artigo pode soar estranho para muitos engenheiros e arquitetos, uma vez que não é tratado com frequência nos manuais de patologia de concretos e argamassa.
É difícil imaginar como organismos vivos, especificamente micro-organismos como bactérias ou mesmo fungos e algas, podem causar algum tipo de dano a materiais tão resistentes - e tão largamente utilizados - como o concreto e a argamassa.
O meio técnico está acostumado a se preocupar com outros agentes agressivos, tais como a deterioração causada por ataque químico de cloretos, sulfatos, ciclos de gelo ou degelo, tensões térmicas e mais recentemente as reações do tipo álcali/agregado.
Os primeiros estudos brasileiros sobre o tema, na década de 1990, devem-se a Moema Ribas Silva, que identificou a presença de micro-organismos em amostras de concreto deteriorado, utilizando microscopia eletrônica e a Márcia A. Shirakawa, que consegue realizar o isolamento de micro-organismos em concreto. O estudo de Shirakawa teve como foco a biodeterioração do concreto a ser utilizado como barreira de engenharia em repositórios superficiais de rejeitos radioativos. A durabilidade do concreto para essa aplicação deve se estender de 300 a 500 anos. Diversas outras aplicações do concreto têm sido estudadas do ponto de vista da biodeterioração, como é o caso de fundações, redes de esgoto e mais recentemente barragens (Metz, et al, 2004).
Os custos envolvidos com a biodeterioração de concretos e argamassas são difíceis de serem estimados, pois envolvem não somente a reparação, mas a limpeza, repintura e aplicação de medidas preventivas (Gaylard, 2003).
O principal objetivo deste artigo é tratar a questão e expor conceitos numa linguagem acessível, uma vez que o assunto é de caráter multidisciplinar (geologia, bioquímica, microbiologia, ecologia, entre outros) sem deixar de lado a técnica.
Estabelecendo alguns conceitos
A primeira distinção a ser feita diz respeito a dois

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