Bíblia é uma palavra de origem grega que significa “os livros”. Para os cristãos de língua grega das primeiras gerações, a expressão ta biblia designava os livros sagrados que representavam o fundamento da sua fé. Nas línguas modernas esta expressão tornou-se um substantivo feminino singular, como se de um só livro se tratasse: a Bíblia. Por isso, se atribuiu esta designação à colecção de livros que, sendo de diversas origens, extensão e conteúdo, estão essencialmente unidos pelo significado religioso que têm para judeus, no que diz respeito ao Antigo Testamento, e para o mundo cristão, em relação a toda a Bíblia. Unidade e diversidade não se opõem entre si, mas complementam-se para dar à Bíblia o seu carácter excepcional. Reconhecendo Jesus como o Messias anunciado pelos profetas, os cristãos adoptaram naturalmente a Escritura Sagrada dos hebreus. A estes livros foram juntando outros sobre Jesus, em quem viam realizada a nova aliança anunciada, em particular, pelo profeta Jeremias (Jeremias 31,31; ver também 2 Coríntios 3,6; Hebreus 9,15). Assim, passaram a chamar Nova Aliança aos livros que falavam da mensagem de Jesus e o termo Antiga Aliança passou também a ser aplicado aos livros das antigas Escrituras dos hebreus. Por influência do equivalente latino, Testamentum, apareceu a designação portuguesa de Antigo Testamento e Novo Testamento para denominar os dois grandes conjuntos da Bíblia. A Bíblia tem milénios de existência e contém factos e ideias que podem parecer distantes do ser humano contemporâneo. Por essa razão, para alguns, ela só é acessível a quem tiver uma boa formação histórica, linguística e literária. Porém, assim não tem de ser necessariamente e a grande maioria das pessoas, das mais diversas línguas e culturas, mesmo sem essa formação, tem pela Bíblia um grande apreço. Para os cristãos, a Bíblia é um repositório de acontecimentos decisivos, palavras divinas carregadas de actualidade em cada momento da vida, anunciando a salvação,