Benveniste na obra de Akira Kurosawa

Sonhos, os conceitos de Benveniste expressos na obra Akira Kurosawa
Desde seus primórdios o homem sentirá uma necessidade incessante de se comunicar. Com o passar dos anos, em sua evolução, comunicar- se já não era o bastante, o homem desejará se expressar. E para fazer-se entender, e se construir como sujeito numa determinada sociedade, desenvolveu tecnologias da linguagem, que facilitaram e pluralizaram seus modos de comunicação.
Segundo Benveniste, a linguagem só é possível por que um “sujeito”, se apresenta, referindo-se a ele mesmo como um EU no discurso. Nesse contexto existira sempre um EU, remetendo-se a um ELE/TU (ou simplesmente outro EU). Muito conhecemos desta relação, no entanto somente quando a vemos empregada, notamos que é muito maio do que pensamos.
Quem fala, fala para alguém, num determinado “Contexto” (relação com o mundo), com uma finalidade, interligando um jogo de enunciadores ao contexto já citado. No filme “Sonhos”, no capitulo intitulado “os corvos” vemos exatamente isso.
Há um jogo de cenas, vários intertextos e um jogo de enunciadores muito bem formado. Uma analise aprofundada nos mostra isso. Inicialmente temos na primeira cena um “possível pintor” e admirados de arte, em uma galeria observando os quadros de Van Gogh, quadros dispostos por ordem cronológica.
Ao observar as obras, esse pintor estabelece um “contato” com elas e é levado para dentro de uma das obras (sub-cena). Dentro da primeira tela, se pergunta a onde está Vincent, e vai ao seu encontro. No dialogo com Vincent, fica mais claro a relação eu, ele e contexto, pois temos um artista conversando com Vincent sobre arte no mesmo momento em que ele (Van Gogh) está criando. Há um detalhe que nos mostra muito sobre a questão do tempo no dialogo, Vincent diz o tempo todo que seu tempo está acabando (tal tempo pode ser visto como seu tempo de vida). Vale lembrar que a conversa se inicial num campo de trigo, local parecido com o do suicídio de Van Gogh.
É interessante também, como