benilda123

599 palavras 3 páginas
1. Num discurso protagonizado pelo próprio herói mítico, D. Sebastião, ( Vide 1ª pessoa do singular nas formas verbais e pronomes) o próprio confronta-se na sua dimensão histórica e mítica. Relativamente à primeira, é a figura histórica conhecida pelo combate aos infiéis mouros em
Alcácer- Quibir, onde perde a vida ou desaparece: “Caí no areal e na hora adversa/Que Deus concede aos seus”.
Quanto à dimensão mítica, que valoriza em detrimento da histórica, apresenta-se como o protegido eleito por Deus: “com Deus me guardei?”, aquele que existe enquanto sonho eterno:
“sonhei que eterno dura”, como tal, garante o seu regresso: “Esse que regressarei.”
2. Em primeiro lugar, importa referir que é o próprio herói que reconhece a importância enquanto mito: “ Que importa o areal e a morte e a desventura/ Se com Deus me guardei”.
Por outro lado, são também expressivos e reveladores dessa importância os pronomes pessoais complemento directo e demonstrativo: “ O” e “ Esse”, grafados com maiúsculas.
3. O discurso do herói inicia-se com um imperativo exortativo, com valor de pedido
“Sperai” e termina com a justificação dessa solicitação, expressa através de uma forma verbal no futuro do indicativo, garante de certeza: “ Regressarei”.
Em suma, o sujeito poético revela-se convicto do seu ressurgimento numa dimensão mítica, que só se concretizará se houver uma espera envolta em crença.
4. Todo o mito sebástico é configurado a partir do messiânico.
As três associações de D. Sebastião a Deus são prova clara dessa associação.
Primeiramente, o herói surge como eleito por Deus para uma existência enquanto símbolo e mito:
“Que Deus concede aos seus”, “Em sonhos que são Deus”.
Finalmente, assegura a sua existência como protegido por Deus: “Se com Deus me guardei?”, gozando à sua semelhança da capacidade de ressuscitar, regressar.

Grupo II
A Mensagem distingue-se de Os Lusíadas, embora ambas epopeias, porque partindo de um núcleo histórico, a sua dimensão é simbólica e mítica, como tal,

Relacionados