Beleza
que a evolução, além de ser guiada pela seleção natural, também o é pela seleção sexual. Como
exemplo famoso, pode-se citar a cauda do pavão, que consome energia para crescer e tempo
para limpar, além de ser chamativa para os predadores, envolvendo então custos, os quais não
favorecem a sobrevivência. Entretanto, apesar destes malefícios, os indivíduos portadores de
tais características têm um maior sucesso na aquisição de parceiras, ou seja, têm maior sucesso
reprodutivo, o que explica a seleção deste traço (Alcock, 2010; Faria, 2003 segundo Varella,
2007; Miller, 2001 segundo Varella, 2007).
A teoria da seleção sexual foi um grande marco, pois, além de poder explicar a onipresença
de belos ornamentos que, aparentemente, não ajudam na sobrevivência dos indivíduos, também
pode explicar as diferenças entre os sexos dentro das espécies (Alcock, 2010; Varella, 2011).
A seleção sexual está relacionada com a evolução de características que dão aos organismos
vantagens reprodutiva, mesmo que as mesmas não favoreçam a sobrevivência. Existem dois
meios de se obter vantagens reprodutivas: a primeira é ter sucesso na competição intrassexual,
na qual indivíduos do mesmo sexo disputam o acesso a parceiros do outro sexo, e a segunda é
ter sucesso na atração intersexual, na qual indivíduos de sexos diferentes se utilizam de sinais
para a atração do parceiro do sexo oposto, segundo as preferências do mesmo (Alcock, 2010;
Gangestad & Simpson, 2000).
Diante destes fatores, existe uma disparidade nas características de fêmeas e machos que
pode ser explicada pela Teoria do Investimento Parental de Trivers (1972). Este pesquisador
propôs que a força central por trás da seleção sexual é o grau de investimento parental que cada
sexo aplica a sua prole, sendo investimento parental definido como qualquer esforço dos pais