Bases historicas da engenharia
DAS ESCOLAS DE ENGENHARIA von LINSINGEN, Irlan, M.Sc.
PEREIRA, Luiz Teixeira do Vale, M.Sc.
BAZZO, Walter Antonio, M.Sc.
UFSC, Centro Tecnológico, Departamento de Engenharia Mecânica linsingen@emc.ufsc.br, teixeira@emc.ufsc.br, wbazzo@emc.ufsc.br
RESUMO
Muito da prática do ensino de engenharia brasileiro tem suas origens esquecidas no tempo, como se a historicidade não fizesse parte do ensino tecnológico ou da própria tecnologia. Também é comum, no modo de pensar desta área, a idéia de que o ensino resulta de uma realidade posta, pronta e acabada, o que nos faz relegar o passado à condição de erros agora desconsideráveis, já que teriam sido finalmente corrigidos.
É assim que, a todo momento, reproduzimos acriticamente procedimentos didáticos cujas origens virtualmente desconhecemos e que, talvez por isso, os desconsideremos. Isto deve contribuir para que releguemos as atividades docentes a plano secundário, como se fossem atividades acessórias. E do confronto, na prática acadêmica, da pesquisa, da extensão e da administração com o ensino, este acaba sendo, num caso limite, inclusive menosprezado.
Tentando traçar um paralelo entre a nossa prática atual e o início da sistematização do ensino técnico, neste artigo procuramos apresentar dados e análises que podem ser úteis para uma reflexão sobre algumas das características do ensino que realizamos.
São analisados em especial alguns aspectos de três escolas técnicas francesas, dos séculos
17 e 18, cujas histórias nos revelam similaridades com a prática do ensino tecnológico brasileiro de hoje. São resgatados elementos da Academia Real de Arquitetura, da Escola de Pontes e Estradas e da Escola de Minas. São elas escolas características, quer pelo ineditismo do que ajudaram a trazer, em termos de uma nova forma de tratar o ensino e o conhecimento, quer pelo fato de terem, de alguma forma, tornado-se padrões de referência para o ensino tecnológico, em