Barroco
1- Características específicas
Sob o patrocínio das irmandades ocorreu uma transformação nos conceitos artísticos da Colônia, que sofriam a influência do estilo barroco europeu. Em um momento em que o estilo neoclássico começava a dominar Lisboa, o barroco era novidade para aquela região.
Aos poucos, vencendo algumas limitações técnicas e materiais, delineava-se, na arquitetura, por exemplo, a fisionomia de uma autêntica arte local conhecida como Barroco Mineiro. Este estilo utilizou, com grande vantagem, materiais típicos, como o cedro e a pedra-sabão (uma variedade macia da esteatita), adaptando-os às necessidades das obras.
As primeiras capelas, erguidas nos arraiais auríferos, seguiu-se a edificação de templos com magníficos altares, tetos pintados e imagens adornadas com ouro e pedras preciosas.
Surgiram além das igrejas, edifícios públicos e inúmeras moradias. As inovações artísticas pareciam acompanhar a vida econômica e financeira de uma região ilusoriamente próspera.
Nessa sociedade onde, em função da exploração das minas, crescia o número de escravos negros, a mestiçagem ocorria freqüentemente. Nos anos 70 do século XVIII era esmagadora a presença de mulatos e negros na capitania das Minas. Dados da época davam conta de que, dos cerca de 320 mil habitantes, 60 mil eram brancos. Então eram mulados muitos daqueles que participavam desta verdadeira escola que, nascida de mestres europeus, frutificou e amadureceu, encontrando sua própria expressão do "Belo".
Entre eles o mais famoso foi Antônio Francisco Lisboa (1730/1814), responsável por uma vasta obra na arquitetura e na escultura, destacando-se com projetos nas igrejas e nos centros urbanos.
Nascido filho ilegítimo do português Manuel Francisco Lisboa (autor da planta da igreja do Carmo da Vila Rica) com uma escrava negra, seus trabalhos revelavam o extraordinário desenvolvimento do Barroco Mineiro. Considerado gênio por muitos, sofria de uma doença que o deformava - origem