Baratas
Desde o início da década de 1990 que começou a haver testemunhos de baratas a afastarem-se de açúcar, meia dúzia de anos depois de surgirem as armadilhas venenosas que estão revestidas de açúcar. Agora, uma equipa liderada por Coby Schal, do Centro de Biologia do Comportamento da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, foi tentar compreender as mudanças fisiológicas que estavam a surgir em populações da “Blatella germânica”. Esta espécie, mais conhecida por barata-germânica, mede entre 1,3 e 1,6 centímetros e está espalhada pelas casas de todo o mundo.
É surpreendente observar uma barata que não gosta de glucose quando se aproxima de algo com açúcar. “Saltam para trás como se tivessem apanhado um choque eléctrico. É um comportamento muito, muito, mas mesmo muito visível. Recusam-se completamente a ingerir o açúcar”, diz Coby Schal, citado pela agência AFP. “É como se uma pessoa pusesse alguma coisa na boca realmente amarga ou azeda e a quisesse expelir imediatamente.”
Os cientistas foram analisar o que estava subjacente a este comportamento e observaram os órgãos dos sentidos do sabor das baratas. Elas sentem o sabor das coisas em vários locais do seu corpo, nas patas, nas asas. Mas a equipa só fez observações nos pêlos sensitivos que têm junto do aparelho bucal. Tal como nós, estes insectos têm células nervosas que se activam quando tocam num alimento para dizer se ele é doce, como o açúcar, ou se é amargo, como o café. Há um papel evolutivo importante nesta distinção: serve para evitar alimentos na natureza que são venenosos