Baixo peso ao nascer
Brasília, novembro de 2010
1) Introdução
O estado nutricional materno, assim como o ganho de peso gestacional, vem sendo foco atual de vários estudos devido ao seu papel determinante sobre os desfechos gestacionais. Dos quais se destacam o crescimento fetal e o peso ao nascer, que podem trazer implicações para a saúde do indivíduo ao longo da vida (BARKER,1989; ZADIC, 2003).
O peso ao nascer deve ser utilizado para direcionamento de políticas e programas específicos de saúde e nutrição por ser um indicador de áreas e situações de risco, que reflete a qualidade da atenção dispensada à gestante, seu estado nutricional antes e durante a gestação e os fatores de risco aos quais está exposta (BARROS, 1987).
De acordo com a Classificação de Puffer & Serrano (1987), o recém-nascido é considerado baixo peso quando nasce com menos de 2.500g. O estado nutricional do recém nascido é calculado de acordo com o Índice de Rohrer, obtido através da divisão do peso do bebê (g) pela respectiva altura ao cubo (cm) e multiplicando por cem. Se o resultado obtido for menor que 2,0, o recém-nascido é considerado desnutrido (VITOLO, 2010).
Observam-se maiores prevalências de Baixo Peso ao Nascer nos países em desenvolvimento, podendo ser justificado pelas condições de vida desfavoráveis destes lugares. Já em países mais desenvolvidos, isso ocorre principalmente por conta de nascimentos pré-termo (BARROS et al, 1996).
O déficit de altura nos primeiros anos de vida (um importante indicador da desnutrição infantil) se encontra em altas prevalências em famílias com menor renda na região Norte do país. Tem-se que, ao relacionar a renda familiar e altura de crianças com menos de cinco anos, a POF estima em 6,0% o déficit de altura em crianças até 5 anos, abaixo da estimativa de 7,1% obtida em 2006-2007 em pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, com no padrão da OMS (POF, 2008-2009).