Babesia canis
INTRODUÇÃO
As doenças caninas transmitidas por vetores (DCTV), que envolvem artrópodes, incluem diversas enfermidades (OTRANTO; DANTAS-TORRES; BREITSCHWERDT, 2009a) e afetam cães domésticos em todo o mundo (DE CAPRARIIS et al., 2010). Essas doenças representam um problema histórico e emergente em muitas partes do mundo devido à sua prevalência, relevância veterinária e potencial zoonótico (DANTAS-TORRES, 2008), sendo algumas consideradas problemas de saúde pública.
Entre as DCTV, a babesiose canina destaca-se por sua distribuição mundial (SÁ et al., 2006). Acomete espécies domésticas, silvestres e o homem (BOOZER; MACINTIRE, 2003; RIOS et al., 2003), sendo atualmente considerada uma zoonose (OLICHESKI, 2003). No Brasil, a doença é de grande importância veterinária (DANTAS-TORRES, 2008) por seu caráter endêmico em todo o país e prevalência crescente em certas áreas (BASTOS, MOREIRA, PASSOS, 2004), o que está associado à alta incidência do carrapato vetor Rhipicephalus sanguineus (VIDOTTO; TRAPP, 2004), cuja prevalência e intensidade de infestação vêm aumentando em cães do país (LABRUNA, 2004).
A distribuição geográfica do parasita e, consequentemente, desta enfermidade estão relacionadas diretamente à distribuição do carrapato vetor (SOLANO-GALLEGO et al., 2008), ocorrendo principalmente nas regiões tropicais e subtropicais (TABOADA; MERCHANT, 1997; ANDEREG; PASSOS, 1999).
B. canis é distribuída mundialmente, ocorrendo na África, Europa, EUA e Ásia, sendo frequente nos países tropicais e subtropicais (BRANDÃO; HAGIWARA, 2002).
No Brasil, o principal agente etiológico da babesiose canina é a B. canis vogeli, o que está associado à alta incidência do carrapato vetor R. sanguineus (PASSOS et al., 2005; VIDOTTO; TRAPP, 2004), o qual apresenta prevalência e intensidade de infestação crescentes em cães do país (LABRUNA, 2004). Estudos revelaram que este ixodídeo pode realizar até quatro gerações/ano no Brasil, indicando que as condições