Avaliação da atividade antioxidante da vitamina e, vitamina c e catalase em concentrados de hemácias - aplicações em hemoterapia. orientador: adriana fontes (departamento de biofísica e radiobiologia - ufpe)

1. INTRODUÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO PROBLEMA
As hemácias são células essenciais para a manutenção do organismo humano por promover as trocas gasosas. Como essas células são ricas em oxigênio, tornam-se alvos da ação de espécies reativas que se originam a partir desse gás. Quando estão presentes na circulação sanguínea normal, elas dispõem de um sistema antioxidante natural que minimiza ou elimina os radicais [TEDESCO et al., 2000]. Entretanto, para a obtenção de concentrados de hemácias (CHs) utilizados para fins transfusionais é necessário se remover aproximadamente 80% do plasma de uma unidade de sangue total e, com isso, perde-se grande parte da capacidade antioxidante nativa associada a esse fluido biológico. Assim, ao longo do período de armazenamento (35 ou 42 dias dependendo da solução preservante) essas células ficam susceptíveis aos danos oxidativos que podem levar às chamadas “lesões de estoque”.
Dentre as lesões de estoque podemos destacar a perda da deformabilidade eritrocitária e a diminuição da carga elétrica da membrana celular (avaliada através da mensuração de potencial zeta) [FONTES et al. 2008; WOLFE 1985]. Essas injúrias oxidativas levam à redução da capacidade das hemácias se deformarem e à maior agregabilidade, levando a um menor rendimento transfusional.
Dentre os antioxidantes, as vitaminas E (tocoferol) e C vêm ganhando destaque. Ao longo dos anos, estudos demonstraram que a ação antioxidante da vitamina E está principalmente relacionada ao bloqueio da peroxidação dos ácidos graxos poliinsaturados das membranas e algumas vezes nas lipoproteínas [KAY et al., 1986]. A vitamina E intercepta o radical hidroxila (RO2∙), resultando na formação do radical tocoferila que pode ser regenerado pela vitamina C [RUCKER et al., 2001; RENDÓN-RAMÍREZ et al., 2007], formando assim um complexo antioxidante importante na redução da lipoperoxidação.
Um estudo que vem sendo desenvolvido por nosso grupo utilizando vitamina E nanoemulsionada em CH vem se