Autobiografia bobbio
“Da irredutibilidade das crenças últimas extraí a maior lição de minha vida. Aprendi a respeitar as ideias alheias, a deter-me diante do segredo de cada consciência,a compreender antes de discutir,a discutir antes de condenar. E porque estou com disposição para confissões,faço mais uma ainda,talvez supérflua:detesto os fanáticos com todas as minhas forças”
A frase acima eu extraí do último capítulo de O Tempo da Memória(Campus,1997).Ele reflete de uma forma magistral o espírito intelectual e crítico daquele que foi um dos maiores intelectuais italianos da segunda metade do século XX. Esse espírito sempre moderado e aberto legou a Bobbio admiração entre intelectuais pelo seu estilo sempre tolerante e capaz de compreender e refletir.
Enfim um homem sempre aberto à refutação e ao questionamento.
O livro que vem a baila traz esse espírito sempre racional e algumas vezes pessimista .. Bobbio escreveu esse livro já octogenário,por isso logo no início há reflexões a respeito da velhice. Mas não se trata propriamente de uma biografia recheada de confissões e polêmicas. O livro é uma reunião de conferências discursos universitários e agradecimentos. Um destes escritos particularmente interessante é “uma autobiografia intelectual”.É neste ensaior que ele fala de sua trajetória intelectual.Há também uma “resposta aos críticos “ em que Bobbio responde as diversas dissertações desenvolvidas durante uma jornada de estudos.
O livro está recheado de citações ,cronologias e livros e mais livros e escritos de Bobbio. Isso torna o livro muitas vezes pesado ,fazendo com que o leitor queira mais leituras opiniões do próprio
Bobbio sem citações de tantos documentos. Esses documentos podem ter alguma relevância,mas muitas vezes isso tira atenção do leitor .
De qualquer modo as discussões que Bobbio traz a respeito da democracia e dos autores clássicos é das mais fecundas.Ele é um autor que comentou vários