Aula tema 7
A transformação institucional da sociedade russa, ocorrida nos últimos anos, teve sérios reflexos na sua estrutura social. Mudaram e continuam a mudar as relações de propriedade e poder, reestruturam-se os mecanismos de estratificação social, e ocorre uma intensa mudança das elites. No cenário social, surgem novos grupos sociais, camadas de massa são marginalizadas, amplia-se o fosso social. As relações econômicas criminalizam-se cada vez mais. Em consequência, muda o sistema de interesses, de métodos de comportamento e de interações sociais dos diversos grupos. Esses fenômenos, que à primeira vista parecem isolados um do outro, representam na realidade facetas diferentes do processo de transformação da sociedade. Por isso, é importante estudá-los, não apenas em particular, mas também em sua interligação. A tarefa fundamental dos cientistas sociais é a descrição da sociedade russa como um sistema social integrado, que se encontra em transformação, antes de mais nada, por influência de forças motrizes internas. As características mais importantes desse sistema são, em primeiro lugar, a estrutura social, isto é, a composição, a posição e as relações dos grupos determinadores do seu desenvolvimento, e, em segundo, a estratificação da sociedade, ou a distribuição dos grupos mencionados na escala hierárquica dos status sociais.
Como critérios básicos de status dos grupos sociais e, correspondentemente, também da estratificação da sociedade, costuma-se considerar: o potencial político, expresso pelo volume de funções de poder e de direção; o potencial econômico, que se manifesta na dimensão da propriedade e dos rendimentos e no nível de vida; o potencial sociocultural, que reflete o nível de escolaridade, qualificação e profissionalismo dos trabalhadores, as particularidades do modo e da qualidade de vida; e, finalmente, o prestígio social, que constitui um reflexo concentrado das características citadas. Todos esses critérios estão de certo modo