Atuaçao do psico na suade
Resenha: Arte, Clínica e Loucura – Territórios em Mutação, de Elizabeth Araujo Lima. Ed Summus: FAPESP, 2009, p. 246.
Catia Paranhos Martins Cristina Amélia Luzio
Arte, clínica e loucura são dimensões de uma deliciosa história contada pela Terapeuta Ocupacional Elizabeth A. Lima. O livro, fruto da tese para o doutoramento pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, atualiza questões e reapresenta a arte, a clínica e a vida como experiências de delicadeza1. Ao explodir blocos monólitos, a autora procura pelas conexões e vizinhanças entre esses campos na busca por traçar um território em que loucos, artistas e clínicos promoveram uma mutação na sensibilidade contemporânea. Marcado pelo perspectivismo de Nietzsche, o interesse não é por recontar a história hegemônica, mas trazer toda a potência de um pensamento que não busca subsumir um campo ao outro. Elizabeth jogar luz nos momentos em que novas configurações, leituras e sensibilidades foram possíveis de serem reinventadas. Nesse percurso, a cartografia e a arqueologia são combinadas para demarcar tanto os acontecimentos históricos como as forças que se articulam, movendo domínios até então estanques. De forma tática, utiliza-se dos personagens conceituais de Deleuze, intercessores que tornam possíveis enxergar e criar novos territórios existenciais. Do fascínio à doença mental, a loucura já ocupou muitos e distintos lugares ao longo da história e Elizabeth se interessa pelas transformações do século XIX ao XX. Uns dos personagens conceituais é Qorpo Santo, homem das letras que produziu críticas políticas, anúncios, poemas, peças de teatro, que trabalhou na reforma ortográfica da Língua Portuguesa e criou seu próprio jornal para publicar suas obras. Sofreu no corpo as inúmeras intervenções da Justiça, teve sua sanidade por vezes questionada, até que, interditado, passou a ocupar o