O livro presenta um perfil do relacionamento entre Nora e o marido, Helmer. É época de Natal e Nora chega com uma árvore, com cuidado para que as crianças não a vejam antes de ser enfeitada. O marido conversa com ela, de forma paternal, chamando a atenção para os seus gastos exagerados, mas ao mesmo tempo mimando-a. Costuma chamá-la carinhosamente de “cotovia”, “esquilo”, “minha menininha”, de forma a tratá-la como criança travessa, ao que ela aceita e age de forma infantil e sem maiores responsabilidades, preocupada apenas em satisfazer pequenos prazeres do dia a dia, como comprar presentes e preparar a festa de Natal. Nora pergunta ao marido se já convidou Dr Rank para a festa, ele relata que sim, fala do vinho que comprou para a noite e lembra da festa do ano anterior. Repentinamente, a criada Helena anuncia a chegada de uma mulher e do Dr. Rank, concomitantemente, e enquanto Helmer recebe Rank no escritório, Nora recebe a mulher, que inicialmente não reconhece e que depois constata ser a Sra. Cristina Linde, sua antiga colega de escola. Nora se desculpa por não ter lhe escrito quando da morte do marido, há três anos, e se apieda por Cristina ter ficado completamente só, sem filhos e sem bens. Relata estar muito feliz, pois Helmer foi nomeado, há poucos dias, diretor do Banco de Investimentos, e assumirá o posto no próximo ano, o que trará estabilidade à família, e não precisarão mais fazer economia. Nora relata para a amiga que ajudou a família fazendo pequenos trabalhos artesanais, e que Helmer adoecera, obrigando-os a passar um ano na Itália, em tratamento, com o dinheiro do pai dela. Cristina, por sua vez, relata que casara porque sua mãe estava doente e ela precisara sustentar os irmãos. Apesar disso, quando o marido morreu, precisou fazer diversos trabalhos, até que agora, com a morte da mãe e a independência dos irmãos, voltara em busca de um emprego estável, e acreditava que Helmer pudesse ajudá-la. Nora se prontificou a falar com o marido sobre o