Atps

Formas de Organização do Trabalho:
Apontamentos para uma "Anti-Sociologia do Trabalho"

A banalização do conceito de globalização ofusca sua natureza real, que é a expansão do capitalismo durante o século XX, como Marx já indicava em 1848, a formação de um mercado mundial. Para Chesnais (1996, 1999, 2005), esse fenômeno era chamado de "mundialização do capital". Ianni (2005), sugeriu redefinir o papel do Estado-nação para a co-atuação em nome dos interesses corporativos.
Porém, a debilitação do poder do Estado, no sentido clássico, deve ser entendida como uma intervenção total do Estado no aparelho jurídico-administrativo de cada país que viabilize a acumulação do capital para as corporações por meio de uma concepção de "Estado mínimo".
A expansão do capitalismo a partir da permanente revolução de seus meios de produção carrega consigo um processo também permanente de transformação das relações de produção, adequando-se à expansão e às relações de trabalho. Em cada momento de desenvolvimento das forças produtivas, as respectivas relações de trabalho criam e recriam o cenário de competição entre detentores dos meios de produção e vendedores de forma de trabalho, como novas formas de opressão e resistência.
Um modelo de trabalho que caracterizou um desses momentos foi o idealizado por Henry Ford, no início do século XX. Ele sistematizou o trabalho mecanizado por esteira de montagem. Para subordinar a força de trabalho ao ritmo extenuante da produção, Ford organizou a produção a partir da lógica de pagamento de altos salários, a fim de ocultar o antagonismo inerente à relação capital-trabalho. Ele também explicitou em "Os princípios da prosperidade", a maneira como organizou-se a ideia para o modelo produtivo da Ford Motor Company, como também os valores moralistas e funcionalistas como os quais identificava sua lógica de trabalho.
Em seu manual de gerenciamento da produção, Ford explicou os princípios que deram certo na empresa, que, mais tarde, foram