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A magia do Cirque du Soleil
Por Rafaelle Ricardo Garone
A magia do Cirque du Soleil
Reportagem mostra como a companhia canadense multiplicou seu faturamento por 22 em dez anos, enquanto seu setor decaía. A combinação da arte do espetáculo com o pragmatismo do mundo empresarial a levou a um faturamento anual de mais de US$ 500 milhões
Na “velha Montreal”, o centro histórico da cidade, os edifícios de dois andares e a abóbada do
Bonsecours – antigamente um mercado de produtos agrícolas – voltam-se para o rio SaintLaurent e o antigo porto. É início de primavera, e, apesar da paisagem ainda cinzenta, bandeirinhas coloridas flamejam no alto das tendas listradas de azul e amarelo. Uma longa fila de automóveis avança pelo estacionamento improvisado no descampado ao redor e uma multidão de crianças, jovens e adultos chega a pé para assistir à sessão vespertina de Corteo, o mais recente espetáculo do Cirque du Soleil. Corteo é a história de um palhaço que imagina seu funeral e recorda os momentos cruciais de sua vida. Cenas celestiais, com anjos voando no topo da tenda, intercalam-se com números de acrobacia, malabarismo e participações insólitas
– como a de Valentina, uma mulher de 70 centímetros de altura que flutua no ar sustentado por um “ramalhete de globos” translúcidos e que pousa nos ombros de um gigante de mais de 2 metros. Nas laterais do cenário, músicos disfarçados de palhaços tocam e cantam ao vivo. Não há diálogos, apenas algumas frases em italiano, mas a combinação precisa de sons, iluminação e destreza física assombram e comovem a platéia durante as quase três horas de espetáculo. Conteúdo é o seu negócio
Essa reação do público não é novidade para o Cirque du Soleil. Ele está acostumado a surpreender mais de 7 milhões de espectadores por ano, incluindo professores e alunos de escolas de administração de empresas. Na Harvard Business School e na Insead, entre outras faculdades de primeira linha,