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De acordo com Felipe, desde que ele começou o número de empresas 24 horas aumentou muito, inclusive nos bairros residenciais. E os supermercados que funcionam em período integral também se tornaram grandes concorrentes. Com isso, a clientela diminuiu e ele precisou inovar para manter as vendas. Passou a oferecer sucos,açaí na tigela, sorvetes, salgados, lanches na-turais, gelo, cigarro, balas e chicletes.
Com a ampliação de seu mix de produtos, o mesmo se deu com o público-alvo. Hoje, os fregueses da madrugada são, na maioria, os funcionários de algumas empresas vizinhas que trabalham até tarde e os baladeiros de plantão. "Muitas vezes acabo socorrendo até alguns restaurantes da região, vendendo gelo fora do horário convencional", conta Felipe. Essas estratégias o ajudaram a manter as vendas altas — especialmente nas noites dos fins de semana, que respondem por 40% do seu faturamento. Gastos dobram, a dedicação aumenta: é preciso avaliar se realmente compensa
Receber clientes 24 horas por dia eleva os gastos fixos consideravelmente. João Paulo Siqueira, professor de marketing e varejo da Trevisan Escola de Negócios, diz que optar por um negócio 24 horas implica em aceitar uma série de custos dobrados, como as contas de água e energia. Além disso, o empresário precisa pensar melhor no quadro de funcionários e se preocupar com os turnos e o adicional de 20% para a equipe da noite. Segundo ele, para decidir se a dupla jornada compensa, é só comparar as contas extras com as vendas. Se o lucro for maior ou equivalente aos gastos do período adicional, pode valer a pena. "Se não tiver prejuízo, o empresário pode usar o atendimento 24 horas como jogada de marketing para consolidar sua marca na região".
É o caso da frutaria de João de Sousa Felipe. Os lucros da madrugada não são tão elevados, mas ajudam a manter sua empresa em evidência. Sua rotina de trabalho é bem puxada, começando por volta das