ATPS
Formação Social, Econômica e Política do Brasil.
Professor Tutor a Distância Laura Tatiana Nogueira Prado
Pirassununga
09/2013
O anti-herói tragicômico Carlitos, em sua faceta de trabalhador industrial talvez tenha sido quem melhor traduziu a Grande Depressão (1929-1941) nos Estados Unidos.
Trabalhadores como barbeiros, músicos, jardineiros, etc foram aqueles que mais sentiram as repercussões negativas da crise. Professores primários, principalmente, os que trabalhavam em escolas públicas, somados a arquitetos, pequenos comerciantes e agricultores sofreram um severo declínio em suas atividades. Os cidadãos negros, judeus, homens de meia idade e velhos, tiveram na Depressão a antecipação do tempo de dependência e angústia do fim da vida.
Contudo é com o talento do humor de Charles Chaplin em sua obra Tempos Modernos (Modern Times, 1936) que a crítica ao modo de produção capitalista e à reprodução social burguesa que se deu de forma mais genial.
A frase do início do filme pontua a idéia central da obra: “Tempos Modernos. Uma história sobre a indústria, a iniciativa privada e a cruzada da humanidade em busca da felicidade.” (CHAPLIN, 1936)
O personagem de Chaplin representa o trabalhador da primeira metade do século XX em vários aspectos, contudo simultaneamente ressalta o desajuste à modernidade burguesa. Por um lado, o industrial worker se destaca da multidão como individualidade heróica que se identifica com o público-massa (construção característica de Hollywood), mas por outro, pontua uma tentativa frustrada de inserção na sociedade capitalista traduzida na busca pelo anonimato (configurando-se em um anti-herói problemático). (ALVES, 2005)
Tanto no ambiente de trabalho quanto em seu cotidiano sempre há um desajuste à realidade.
A linha de montagem fordista com sua extrema especialização produz partes de mercadorias não-identificadas — Chaplin não nos