Atlas bioquímica
RESUMO As proteínas intra-celulares são classificadas em estruturais, contrácteis e reguladoras. Assim são apresentadas, de forma esquemática, as estruturas moleculares da miosina, actina, tropomiosina e troponina, com referência especial à organização dos miofilamentos (grossos e finos), bem como à actividade ATPásica da miosina. A contracção muscular é interpretada 'a luz da teoria do filamento deslizante de Huxley e são apresentadas algumas experiências que a contrariam parcialmente. O mecanismo de contracção do músculo liso é comparado com o do músculo esquelético, sendo dado especial relevo à regulação da interacção actina/miosina. INTRODUÇÃO Podemos considerar o músculo como uma máquina biológica de conversão de energia química em mecânica. A sua compreensão envolve, por um lado, a análise dos processes energéticos desta conversão, e por outro, o dos aspectos mecânicos. É desta última parte que se ocupa esta breve revisão, ou seja, do modo como o movimento no músculo se dá a nível molecular. As proteínas intracelulares do músculo esquelético podem-se dividir (1) em solúveis em água, ou miogénio, as quais representam 20 a 25% do total proteico; e em insolúveis, também chamadas filamentosas. Estas últimas são as proteínas contrácteis, as quais podem ser subdivididas em proteínas contrácteis propriamente ditas (miosina e actina), e proteínas reguladoras (tropomiosina e troponina). Abordaremos sucessivamente: I - Miosina; II - Actina, tropomiosina, troponina; III - Teoria do filamento deslizante; IV - Proteínas contrácteis no músculo liso. Palavras-chave: Contractilidade muscular, proteínas contrácteis, actina, miosina, tropomiosina, troponina
Actas Bioq. 1989; 1:7-15
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SILVA CARVALHO L.
I – Miosina A miosina é o componente principal dos filamentos grossos do músculo esquelético.