As L Nguas Africanas Do Cafund
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As formas de expressão na “língua” africana do Cafundó- Carlos Vogt e Peter Fry1970 - o linguista Carlos Vogt e o antropólogo Peter Fry começam a investigar a existência de uma comunidade rural de negros que se comunicam por meio de uma língua africana desconhecida.
1996 publicariam Cafundó - A África no Brasil, um relato de seus dez anos de pesquisa.
Cafundó, bairro rural, fica em Salto de Pirapora, a cerca de 150 km da capital paulistana.
População predominantemente negra divide-se em duas parentelas: a dos Almeida Caetano e a dos Pires Pedroso.
Pouco antes da Abolição, em 1888 - terras doadas a dois ancestrais escravos.
A doação feita às duas irmãs – Ifigênia e Antônia, que estão na origem das duas parentelas.
Cerca de oitenta pessoas vivem no bairro.
Nove detêm o título de proprietários legais dos 7,75 alqueires de terra.
A especulação imobiliária, a ambição dos fazendeiros circunvizinhos e a falta de documentação legal por parte de seus legítimos donos foram encolhendo a propriedade para as proporções que hoje tem.
O processo reivindicando a posse das terras corria na Justiça desde 1972.
As plantações e criações de animais são apenas para atender parte de suas necessidades de subsistência.
Fora dela, trabalham como diaristas, bóias-frias e, às vezes, no caso das mulheres, como empregadas domésticas.
A língua materna é o português e as estruturas gramaticais são tomadas emprestadas do português.
Sua variação regional é identificada como dialeto caipira.
Usam um léxico de origem banto, quimbundo principalmente, cujo papel social representá-los como africanos no Brasil.
A língua mostra um aspecto ativo.
Os quinze verbos pertencentes ao vocabulário possuem a desinência da primeira conjugação.
Onze desses verbos incorporam no seu radical a forma nominal - cu - que aparece de modo geral nas línguas da família banto.
As variações de tempo reduzem-se às formas do pretérito perfeito, do presente e do futuro do indicativo.
Ex: Vimbundo está cupopiando no injó do