AS RELAÇÕES ECONÓMICAS E SOCIAISDAS COMUNIDADES SEFARDITASPORTUGUESAS

Resumo
Em 1496 foi criada uma nova espécie de homens depois da expulsãoe conversão forçada dos judeus de Portugal. Muitos desses homensemigraram, outros, faltando-lhes os meios financeiros ou convencidos doseu poder e importância social, ficaram como cristãos-novos – pelo menosaparentemente.Com o passar do tempo, alguns desses homens tornaram-severdadeiros cristãos mas muitos mais mantiveram a fé ancestral, agoraescondida. Contudo, e independentemente da sua verdadeira fé, não eramvistos nem como completamente cristãos nem como judeus no sentidorabínico do termo. Neste universo sombrio, as classificações tradicionaisnão servem completamente – alguma coisa acaba sempre por faltar. Aúnica coisa comum a estes homens é a sua origem judaica ibérica. São sefarditas. Apanhados entre duas forças simultaneamente competidoras ealiadas – Rei e Igreja – os sefarditas tentaram encontrar maneiras desobreviver, prosperar e ascender numa sociedade de ordens, onde cadagrupo tem as suas próprias leis, privilégios e limitações.Como toda a sociedade portuguesa, confiam na família, amigos euns nos outros para negociar, casar e para praticar a fé. Numa perspectivaeconómica, os sefarditas são transversais a toda a sociedade, escalonando-se desde o mais pobres até aos mais ricos. Seja como for, os mais notáveisdentre eles eram mercadores e financeiros e estiveram no começo docapitalismo moderno e no arranque do comércio mundial com as suas casase correspondentes em todos os maiores empórios comerciais.
Ao longo dos anos que durou a investigação para a elaboração datese várias foram as pessoas que me apoiaram das mais diversas formasquer fosse através do empréstimo de livros, dádivas de fotocópias,conversas preciosas em que se descobrem caminhos e vias de investigação,ou a mera troca de informações.Em primeiro lugar queria agradecer o apoio, incentivo e confiançaque António Marques de Almeida depositou em mim, tal como oaconselhamento de leituras que marcaram profundamente a