As redes sociais
O brilhante polemista Andrew Keen (de O culto do amador) analisa em Vertigem digital o que está acontecendo conosco – os conectados às redes sociais – quando, impensadamente, divulgamos pela web os mais completos detalhes de nossas vidas. Lançando mão de uma das obras-primas do cineasta Alfred Hitchcock, Um corpo que cai, como ponto de partida, Keen argumenta que a mídia social, com sua imensa geração de dados pessoais, nos leva a julgar que nossas verdadeiras identidades hoje só se realizam pela internet.
A Web 3.0 (Facebook, Twitter, LinkedIn etc.), em seu sedutor e impositivo processo de recrutamento e exposição, oferece aos usuários a oportunidade de fazer amigos, formar grupos de interesse, coparticipar de processos de criação, tudo isso qualificado pelo adjetivo “social”. A “obrigatoriedade do social”, no entanto, leva as pessoas, estimuladas pela rede, a um excesso de transparência que Keen chama de “publicalidade” – mistura de publicação e publicidade –, em que todos sabem tudo so-bre os outros, onde se localizam e o que estão fazendo. A superexposição significa abdicar da privacidade, da vida própria e da intimidade; mais ainda, representa submeter-se ao contínuo escrutínio público, nem sempre bem orientado e livre de preconceitos.
Essa é a primeira crítica bem-fundamentada à Web 3.0 e seu autor fala com conhecimento de causa. Escrito com muito humor e leveza, o livro irá fazer com que pensemos com mais rigor a respeito desse mundo em rede no qual, para o bem ou para