as propagandas politicas no varguismo e peronismo
Maria Helena Rolim Capelato no texto “Multidões em Cena: Propaganda política no varguismo e no peronismo” utiliza-se do método de História comparada em um momento em que a propagação de símbolos, ideias e mitos reelaborados fizeram-se presentes com fins políticos, dessa forma, a autora lembra bem como o candidato Fernando Collor (1989), no Brasil, e Carlos Menem (1988), na Argentina, utilizaram imagens e símbolos que estiveram bastante presentes no varguismo e no peronismo e é sobre esse período que a historiadora Capelato vai analisar e trazer como sua problemática as propagandas políticas estatais produzidas durante o Estado Novo de Vargas no Brasil (1937-1945) e o regime peronista na Argentina(1945-1955), podendo ainda confirmar a permanência de traços desses regimes autoritários nos dias atuais.
O ponto central do estudo da referida autora passa pela concepção de como se dava a manipulação dos populares por meio dos mecanismos de propaganda estatal tanto no âmbito cultural como no educacional dos governos varguistas e peronistas, onde buscavam resgatar as ligações com um passado político simbólico ainda presente no imaginário popular. Por meio deste estudo, Capelato realiza ainda um trabalho de revisão historiográfica, analisando o referido período no momento em que discorda que o sucesso desses populares do varguismo e peronismo esteja ligado apenas à ação repressiva e à propagação da propaganda política empregada em ambas as partes.
Para o desenvolvimento desse trabalho, a autora utiliza-se de cartilhas didáticas produzidas para os estudantes, jornais, filmes, músicas, discursos, cinema, materiais feitos por ideólogos dos regimes, programas de rádio, assim como a produção artística e literária do período e a partir disso, diferencia a forma com que cada governo fez uso da propaganda produzida e seus efeitos. As mensagens das propagandas eram produzidas e adaptadas ao contexto histórico e as especificidades culturais do Brasil e da