As Principais Caracter Sticas Do Modelo De Prote O Social No Brasil Entre O Per Odo De 1930 At Os Anos 2000
É muito difícil, hoje, imaginar um mundo sem um conjunto de leis sociais que resguardem os direitos dos trabalhadores. Este mundo, no entanto, já existiu – e aqueles que pediam a continuidade de Vargas o conheceram. No caso brasileiro, entre 1931 e 1934, em apenas quatro anos, portanto, toda legislação trabalhista, à exceção do salário mínimo, foi promulgada: limitação da jornada de trabalho, regulamentação do trabalho feminino e infantil, hora extras, férias, repouso semanal remunerado, pensões e aposentadorias, criação da Justiça do Trabalho, etc. O impacto das leis sociais entre os assalariados não pode ser minimizado. Sem alguma repercussão em suas vivências, o governo Vargas não teria alcançado o prestígio que obteve entre os trabalhadores, mesmo com a avassaladora divulgação de sua imagem patrocinada pelo DIP. O “mito” Vargas não foi criado simplesmente na esteira da vasta propaganda política, ideológica e doutrinária veiculada pelo Estado. Não há propaganda, por mais elaborada, sofisticada e massificante, que sustente uma personalidade pública por tantas décadas sem realizações que beneficiem, em termos materiais e simbólicos, o cotidiano da sociedade. O “mito” Vargas – e o movimento que decorre dele, o queremismo – expressava um conjunto de experiências que, longe de se basear em promessas irrealizáveis, fundamentadas tão somente em imagens e discursos vazios, alterou a vida dos trabalhadores.
O significativo aumento da participação do Estado nos mais diversos setores da vida social, durante o governo de Getúlio Vargas, tem levado a diferentes interpretações quanto ao sentido de sua atuação.
Acompanhando o que se tem escrito sobre as relações estabelecidas entre sociedade e Estado naquela época, é possível encontrar duas abordagens principais. Na primeira, entende-se que, encontrando-se a sociedade despolitizada – em razão do