As origens do Turismo e do Patrimônio no Brasil 1a

Universidade Veiga de Almeida – UVA
Disciplina: Turismo e Patrimônio Cultural – Prof. Patrícia Woolley Cardoso
Aula 04 – Turismo e Patrimônio Cultural no Brasil: 1ª Parte: As origens do Turismo e do Patrimônio no Brasil, das festividades coloniais à criação do SPHAN (Atual IPHAN).
Texto Base: Haroldo Leitão Camargo. “Inventando o Patrimônio e o Turismo no Brasil”. In: Patrimônio Histórico e Cultural. São Paulo: Aleph, 2002, p. 67-99.
1. As origens do Turismo no Brasil: Para se pensar as origens do turismo e dos lugares de visitação turística no Brasil é preciso recuar até o início do século XIX, mas precisamente a 1808, quando a Corte Portuguesa, acompanhada de seus nobres, funcionários, novos costumes e instituições, se transferiu para o Rio de Janeiro, devido às guerras promovidas na Europa pelo imperador francês, Napoleão Bonaparte. Embora na ocasião o Rio de Janeiro constituísse o principal porto do Brasil, com intensa atividade comercial, interligando a Metrópole, o litoral nordestino, o sul e as regiões mineiras, concentrando os produtos coloniais de consumo interno e os destinados à exportação (escravos, ouro, cana de açúcar, algodão, tabaco, o charque do Sul, etc.), era ainda uma cidadezinha colonial. Espremida entre o mar e uma série de manguezais insalubres, do Morro do Castelo ao de São Bento, suas ruas eram estreitas e tortuosas, com casas desprovidas de comodidades e serviços públicos precários (acesso à água potável, saneamento básico, transportes, etc.). Faltava-lhe, na expressão de uma testemunha da época, “gente branca, luxo, boas estradas”. A população não alcançava sessenta mil habitantes. A transferência da Corte Portuguesa para o Rio de Janeiro provocou uma grande transformação na cidade. A esquadra do então príncipe regente, D. João (mais tarde D. João VI), chegou à Baía de Guanabara trazendo, aproximadamente, 15 mil pessoas. O príncipe teve que reorganizar a estrutura administrativa do governo na cidade. Nomeou ministros de Estado,