As Fontes Da Teologia
“Tradição” é algo muito mal visto na cultura, especialmente a partir do ano 1968. Nessa época surgia um forte clamor juvenil por se romper com tudo o que é “tradicional”, todos os valores antigos e obsoletos.
Na verdade, se fizermos uma analise serena do homem, da sua vida social, do seu comportamento em geral, veremos que o ser humano é um ser de tradição. O homem sempre rompe os limites do imediato, está sempre ligado a seu passado e com projetos para o futuro. O homem sempre recebe tradições dos antigos, cria algumas, elimina outras e transmite a maioria para os jovens. A tradição se funda na mortalidade e nas limitações humanas, na necessidade de organizar e transmitir experiências, conhecimentos, modos de ser adquiridos. A tradição é um conceito dinâmico que representa o centro de toda cultura.
Todas comunidades humanas criam tradições, que condicionam e determinam a mentalidade e o comportamento da comunidade na qual elas estão inseridas. A tradição é a memória dos povos, conserva o passado e proporciona aos homens de certa comunidade uma determinada identidade.
“A tradição é a capacidade dos grupos humanos de transmitir a cultura criada pelo conjunto dos indivíduos que os compõem, de multiplicá-la, enriquecê-la e conservá-la de geração em geração.[1]“
O centro da tradição de cada cultura é a linguagem.
2. Crítica e reabilitação da tradição:
A cultura ocidental criticou várias vezes a idéia da tradição, especialmente a partir do século XVI. As causas desse fenômeno são tanto filosóficas como religiosas.
A Reforma Protestante tende a rejeitar a tradição por motivos de “pureza evangélica.” O homem se une imediatamente a Deus e todo elemento humano parece uma espécie de contaminação, uma interferência ilegítima na relação do crente e Deus.
Algo parecido foi afirmado no âmbito da filosofia racionalista do século XVII. Premissa primeira dessa filosofia é que a