As empresas e a arte da guerra
Por Marcos Pereira
O livro tem sido utilizado não somente por estrategistas de guerra, mas também por empresas e empresários a fim de chegar a seus objetivos através dos ensinamentos do autor. Cabem aqui alguns comentários quanto ao uso das estratégias de guerra para os ambientes empresariais.
Justamente para que se possa utilizar adequadamente uma técnica trazida de uma outra cultura e de um outro tempo, é fundamental que se crie um elo de ligação entre os dois ambientes e as duas culturas de forma a adaptar o que é útil e bom e descartar o que é ruim. Deve-se salientar, no entanto, que Tsu era um guerreiro e durante as guerras, o clima que norteia os Estados é um clima de exceção, mesmo que prolongado, apesar de Tsu sugerir que o exército esteja sempre em guerra, há necessidade de se viver a paz.
Nas empresas, o ambiente é diferente do que em uma guerra, mesmo entre as empresas com concorrência bem acirrada. Hoje em dia, a tecnologia da comunicação e da informação é tão ágil que o sigilo e a surpresa já não são possíveis como ocorria na época de Tsu. Além disto, as conseqüências das disputas não tinham uma abrangência global como se verifica hoje, o que aumenta a responsabilidade dos governantes e administradores, pois precisam prever onde e como suas decisões irão influenciar. Isto é algo que falta a muitos, pois pensar com responsabilidade social, ou responsabilidade em relação, por exemplo, aos pequenos concorrentes que dependem de fatias menores de um mercado ou ainda impactos ambientais é algo que exige avaliações mais precisas, investimentos, tempo, disposição e interesse. As variáveis se expandem e a sociedade e o mercado como um todo precisam se adequar a novas realidades. Volta-se aqui ainda ao contraponto da tecnologia a qual teve um desenvolvimento rápido, porém que não foi acompanhado do desenvolvimento das qualidades humanas, as quais, infelizmente, se direcionaram para o lado oposto.
O desenvolvimento de