As causas econ micas e pol ticas da epidemia de bola
Em quase nenhuma das informações sobre o ébola aparecidas na maioria dos meios de informação se falou das causas profundas da epidemia do ébola nestes países, sendo a primeira a enorme miséria da grande maioria da população. Por Vicenç Navarro.
25 de Outubro, 2014 - 20:42h
A enorme miséria da grande maioria da população na Libéria, Tal como na Serra Leoa e na Guiné, é a primeira causa profunda da epidemia do ébola nestes países
O Centro para o Controle de Doenças (CDC, Center for Disease Controle) do governo federal dos EUA, um dos centros de maior prestígio e reconhecimento internacional, pertencente ao Serviço de Saúde Pública (U.S. Public Health Service) daquele governo, publicou no mês passado um relatório sobre a epidemia criada pelo vírus do ébola em que escrevia que “os casos de ébola poderão expandir-se numa quantidade que poderá variar de 550.000 casos a 1,4 milhões nos primeiros quatro meses”. O mesmo relatório questionou os números proporcionados pela Organização Mundial da Saúde (OMS, a agência de saúde das Nações Unidas) sobre o número de casos da doença causada pelo vírus do ébola (5.800 casos) e o número de mortos (2.800 casos). O CDC assinalava que provavelmente os números serão muito maiores, cerca de 20.000 casos de afetados pela doença. E sublinhava que era provável que o número de novos casos de afetados e de mortos aumentasse exponencialmente, passando de centenas de casos a milhares por semana. O CDC também indicava que hoje a epidemia centra-se em três países do oeste de África, Libéria, Serra Leoa e Guiné, onde as infraestruturas de higiene, saúde pública e serviços sanitários são muito deficientes, tendo piorado nos últimos anos eo consequência das políticas de austeridade da despesa pública, incluindo a despesa pública sanitária, impostas a esses governos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial, instituições conhecidas pelas suas políticas de “ajuda ao