Artista do Barroco

Giovanni Battista Tiepolo
1696-1770

Uma das mais brilhantes manifestações da pintura barroca, os afrescos monumentais de Tiepolo influenciaram quase todos os grandes decoradores do século XIX e consagraram seu autor como o último dos pintores antigos e o primeiro dos modernos. Giovanni Battista Tiepolo nasceu em 5 de março de 1696 em Veneza, Itália. Órfão de pai em 1697, foi entregue pela mãe aos cuidados de Gregorio Lazzarini, pintor de gosto acadêmico. Já em 1711 estudava perspectiva, composição e desenho. Aos vinte anos realizou seu primeiro trabalho, O sacrifício de Isaac, para a igreja de Ospedaletto. No ano seguinte, seu nome apareceu na Fraglia (Fraternidade), lista da guilda dos pintores venezianos independentes. Nas primeiras obras de Tiepolo predominam os contrastes acentuados de luz e sombra, mas sua paleta tornou-se aos poucos mais clara, como nos afrescos da catedral e do palácio arquiepiscopal de Udine. Nestes, as cenas bíblicas são de um colorido brilhante e combinam realismo e fantasia, como na figura de Sara, velha e desdentada, vestida à veneziana, a receber a mensagem de um anjo maneirista coberto de damasco.
Distinguem-se em seu trabalho várias influências: de Giovanni Battista Piazzetta ele aprendeu o uso da sombra e da luz; de Alessandro Magnasco, o vigor das figuras; e de Veronese, a transparência cromática. Daí sua fama de excelente colorista. Em 1734, Tiepolo decorou com figuras e composições alegóricas a Villa Loschi, próxima a Vicenza. Dentre suas telas de temas mitológicos e religiosos destacam-se "Agar" e "Ismael". Os temas da commedia dell'arte também inspiraram desenhos e gravuras de Tiepolo, como a série "Caprichos", águas-fortes das aventuras de Polichinelo. No palácio Labia, em Veneza, pintou cenas da vida de Cleópatra. No "Convívio de Antônio e Cleópatra", a rainha do Egito aparece vestida à veneziana, emoldurada por colunas e estátuas, cercada de figuras secundárias de um realismo quase