artigo etnobiologia
Desde o início de seu desenvolvimento, a humanidade possui uma relação de dependência com a natureza e os recursos disponíveis em cada região guiou a ocupação desses ambientes pelo homem. Essa interação entre homem e natureza possibilitou a obtenção do conhecimento sobre as áreas habitadas e o modo como interferir nessas áreas. O conhecimento ecológico local (LEK) reflete-se diretamente no modo como cada cultura utiliza, por exemplo, o solo e recursos disponíveis no ambiente.
Esse conhecimento pode ser local, tradicional ou indígena, dependendo da comunidade com a qual se trabalha. A utilização do LEK como auxiliar da literatura científica é algo recente, devido ao preconceito da comunidade científica de aceitar conhecimentos empíricos sem a sua comprovação. (see
Baelde, 2001). Portanto para embasar e comprovar o LEK são utilizados dados científicos como comparação do que foi dito pela comunidade. O LEK das comunidades que retiram seu sustento da natureza é uma rica fonte de percepção de padrões e processos ecológicos, fenômenos biológicos e proteção de espécies e ecossistemas
(Brook & McLachlan, 2008; Shackeroff
& Campbell, 2007). Sendo assim, esse conhecimento local pode auxiliar no diagnóstico da intervenção direta do homem, como a construção de indústrias, de acordo com conhecimento acumulado durante anos sobre aquele local. Uma grande dificuldade, entretanto, que está embutida nesse conhecimento local é que ele se acumula e é passado para as gerações futuras, porém muitas vezes as gerações
atuais não possuem ou não se importam com a disseminação desse conhecimento devido à busca de condições de estudo e trabalho fora do local de origem, como acontece em diversas tribos indígenas. Esta é a importância de direcionar, portanto, a coleta de dados para os especialistas que detém o conhecimento sobre determinada área na aldeia.
O impacto causado pela instalação de uma indústria de corantes