artigo de opinião
Língua Portuguesa – Professora: Maria Clara Catanho
ARTIGO DE OPINIÃO - 2º Período
Preconceito no futebol
A diferença entre injúria racial e crime de racismo deveria ser abolida da legislação brasileira. Restaria o último por Wálter Maierovitch — publicado 05/09/2014 19:42
O mundo do futebol experimenta uma escalada racista. No Brasil, uma torcedora gremista, durante a última partida disputada contra o Santos, atacou a dignidade e o decoro do goleiro visitante. Xingou-o de macaco. Em defesa da torcedora, e a culpar o goleiro santista, Aranha, saiu o vice-presidente do Grêmio, que perdeu a oportunidade de ficar calado ante a fúria racista mostrada ao vivo e em cores. Não bastasse, parte da torcida gremista entoou uma canção tirada do fundo do baú, de menosprezo a negros, criada para atacar os rivais torcedores do Internacional.
No exterior, nem a presença da atuante rede Football Against Racism in Europe (Fare), nascida em 1999 e composta de 150 organizações internacionais empenhadas em sensibilizar e tomar posições firmes contra toda forma de discriminação nos campos futebolísticos e entre torcedores, conseguiu inibir Carlo Tavecchio, o cartola-chefe do calcio italiano.
Tavecchio externou posição racista ao sustentar que os jogadores negros estrangeiros, antes de atuar em times italianos, comiam bananas. Como recurso de oratória, vestiu uma virtual camisa da esquadra da Lazio em um jogador negro de fictício nome Optì Poba. Para rematar, disse que o inventado Poba, antes de chegar à Itália para atuar como titular da Lazio, comia bananas. A Uefa, associação europeia de futebol, instaurou um procedimento apuratório contra Tavecchio. Apesar dessa manifestação racista, o dirigente foi, uma semana após a vergonhosa pisada de bola, conduzido para o comando da federação italiana por 63% dos votos.
No Brasil, o repúdio ao racismo foi colocado na Constituição e considerado crime