ARRIGUI
A ascensão do capital: os antecedentes dos ciclos sistêmicos de acumulação
Neste capítulo o autor analisa os aspectos que constituíram uma base sólida para o capitalismo despontar como sistema econômico. Esses aspectos ligam a formação das cidades-Estados e o inicio de uma classe burguesa que vinha sendo gestada desde o fim do Idade Média. O capital na visão de Arrigui foi sendo moldado a partir de alianças, ou melhor, da cooperação entre Estados e as empresas comerciais, essa cooperação levou o autor a denominar de “antecedentes dos ciclos sistêmicos de acumulação de capital”.
“A ascensão do sistema contemporâneo da livre empresa, como estrutura dominante da economia capitalista mundial, constitui o estágio mais avançado de um processo que já dura seis séculos de diferenciação entre empresas comerciais e governos”. (p.87)
“No princípio, as redes de acumulação de capital estavam inteiramente inseridas em redes de poder e lhes eram subordinadas. Nessas condições, para terem sucesso na busca do lucro, era necessário que as organizações empresariais fossem Estados poderosos...” (p.88)
Para o autor cada fase de acumulação de capital foi resultado de um longo processo em que governos e empresas se relacionaram para competir dentro de uma lógica de mercado cada vez mais pujante. Cada fase em que o capital passou, os sucessivos promotores só estiveram a frente porque superaram a fase anterior de acumulação e encontraram uma nova forma de acumulação de capital baseada em algum tipo de internalização dos custos, sendo eles de proteção, distribuição ou de produção.
“Nossa sucessão de ciclos sistêmicos de acumulação constitui, de fato, “uma série de elevações”, sendo cada uma resultante das atividades de um complexo particular de agentes governamentais e empresariais, dotados da capacidade de levar a expansão da