Arquitetura Inteligente
A moda agora é falar em “casa inteligente”, contudo qualquer curioso logo descobre sobre o que, de fato, a este respeito estão falando: casa inteligente, para a mídia nem tanto, é a mesma coisa, apenas adornada degadgets destinados a algum tipo de automação.
Há, de fato, edificações inteligentes, como outras bem burras, mas não devido a esta – no jargão automobilístico – tecnologia embarcada.
Fosse o bastante, muito carro nem deixaria que entrassem certos motoristas.
O que seria, então, uma casa inteligente?
A questão antecede o projeto.
Começa pelo lugar escolhido. Por que são mais valorizados os terrenos em aclive desde a rua se nestes gastamos mais arrimos e perdemos muito com acessos, privacidade e área útil quando comparados aos terrenos em declive?
Quase sempre lote em aclive não é a escolha mais inteligente.
A nossa topografia é complicada. Aqui, então, nem se fala, mas uma vista vende – e há quem compre – barrancos viáveis só para circulação de bodes só para usufruir de um panorama que amanhã vai virar extração de minério ou ser tampado por um edifício.
Mais inteligente é comprar lote melhor e sair pra curtir a vista. Cada vez, uma vista diferente.
Convém avaliar também a orientação solar, principalmente perante a topografia. Um terreno voltado para a nascente às vezes não recebe, dali, insolação alguma devido ao sombreamento de algum morro próximo. Muitas vezes até mesmo uma edificação próxima, ou contígua, poderá acabar com o sol.
Como implantar a casa no lote?
Na maioria das vezes são desenvolvidas longitudinalmente, deixando dois becos laterais mal iluminados para devassar o vizinho, ou ser por ele devassado.
Inteligente é construir transversalmente, se possível de divisa a divisa: a casa, abrindo apenas para a maior extensão do terreno, que usualmente é a profundidade, usufrui mais das suas áreas livres, e com mais privacidade.
O mundo anda violento e os muros subindo.
Estamos construindo prisões para nós mesmos.