Arquitetura gótica
Notemos, em primeiro lugar, que uma catedral gótica recolhe as potencialidades espaciais dos períodos artísticos do Medievo, e as desenvolve plena e organicamente no seu espaço. Dizemos ainda que é a mais clássica expressão do período medieval, pois nela encontramos a "longitudinalidade" do cristão primitivo, a "espiritualidade, misticidade e transcendência" bizantinas e o "estruturalismo, verticalidade e comunibilidade urbana" despontados no românico. Além disto, como veremos, ela realiza a ideia de uma perfeita proporcionalidade entre o nível superior da criação ("mundo supralunar"), base do período medieval e da arte de suas construções; ela torna visível e serve como "modelo educativo" para o homem consquistar um "hábito mental escolástico" para o homem conquistar um "hábito mental escolástico" que o ajuda a visualizar as verdades mais elevadas; ela afirma e transmite o papel central da igreja durante o medievo, fonte de todas a verdade e vértices reguladores de toda a pirâmide hierárquica da sociedade de valores do período. Virmos que, apesar de sua aparência robusta, a igreja românica tende a desempenhar um papel urbano mais significativo e converter-se em centro das pequenas cidades que se desenvolvem a partir do século XI. No século XIII, estas cidades já se desenvolveram o suficiente para conquistar relevante autonomia, atividade estrutura. Dentro de seus muros uma vida comunal extravasas dos monastérios e passa a compreender uma unidade social mais ampla. A organização urbana ideal da época colocava no centro da catedral, da qual irradiavam dois eixos perpendiculares (Norte-Sul, Leste-Oeste), lembrando a cruz, que dividiam a cidade em quatro quadrantes. Ordenando-a desta forma, acreditava-se que a cidade e sua vida repetiam a mesma ordenação cósmica concebida pela imaginação medieval, cujo universo era estruturado em quatro pontos cardeais, e concebia Roma e Jurasalém, berço e símbolo da cristandade, como