“Arqueometalurgia do Ouro no Brasil e Portugal: as Casas de Fundição e da Moeda (sécs. XVIII e XIX)”
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“Arqueometalurgia do Ouro no Brasil e Portugal: as Casas de Fundição e da Moeda (sécs. XVIII e XIX)” Reginaldo Barcelos*A história das técnicas metalúrgicas para purificar o ouro nos séculos XVII, XVIII e XIX em alguns dos atuais estados do território brasileiro penetrado pelos intrépidos sertanistas, que, diga-se de passagem, constitui um dos mais interessantes ciclos do bandeirantismo, escapa, ainda, ao estudo acurado da nossa Arqueologia.
A partir de achados arqueológicos de sítios próximos às antigas fundições régias implantadas nas áreas de mineração e no Rio de Janeiro, será possível conhecer as milenares e misteriosas técnicas empregadas para se depurar e transformar o ouro in natura nas barras que circularam por quase um século como dinheiro para as trocas comerciais no Brasil.
A confecção destas barras era operado nas, e pelas, Casas de Fundição (1), legais e também nas ilegais que, por sua vez, não faziam a retirada do imposto do quinto devido ao Reino e se difundiram pelos confins das serranias mineiras.
A execução da Lei das Casas de Fundição de 1750, criada para otimizar as rendas da Fazenda Real de Portugal pombalino, via cobrança do imposto do quinto, propiciou uma farta produção, pela burocracia portuguesa, de conjuntos de fontes documentais históricas relacionadas ao funcionamento destas verdadeiras oficinas de fundição do ouro.(2)
As Casas de Fundição foram reimplantadas em 1751 em de Vila Rica em São João Del Rei e na Vila do Príncipe (atual Serro) na Capitania de Minas Gerais. Além destas, houveram pelo menos outras quatorze Casas que funcionaram em São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Bahia em períodos distintos, entretanto a de Sabará foi a última delas a encerrar seu lavor em 1833.
A obstinação da Coroa Portuguesa em realizar uma arrecadação sempre maior e mais rigorosa manifesta-se através de múltiplas providências e experiências, algumas delas gerando revoluções e motins, mas nem sempre capazes de evitar os descaminhos do ouro