Aristóteles

Aristóteles acreditava no teísmo do ato puro, isto é, na existência de um Deus ou mais. Porém para ele esse Deus era isolado do mundo, logo, não estava em melhor condição de se tornar objeto da religião do que o conceito da realidade de suas idéias platônicas. Para Aristóteles os deuses astrais existiam, isto é, os corpos celestes animados por espíritos racionais; mas esses seres divinos não pareciam e não poderia ter função religiosa e nem física. Deus era puro ser e, como tal, eterno, imóvel e espiritual. Ele era puro pensamento e ao mesmo tempo pensador, empenhado num eterno momento de contemplação de si mesmo, o mais elevado objeto de conhecimento. Como a matéria era falha e mortal, não havia elemento material em Deus e nem nas formas elevadas do seu ser. Logo Deus permanecia bastante indiferente a existência do Universo e não podia contemplar nada inferior a ele. Certamente não havia criado o mundo, não o dirigia e nem o orientava. Deus não podia agir e querer, mas unicamente conhecer e pensar, conhecer a si próprio e pensar em si mesmo. Era o pensamento puro. Tanto Aristóteles quanto Platão excluíram filosoficamente o antropomorfismo, que em poucas palavras significa atribuir características ou aspectos humanos a Deuses, elementos da natureza e animais. Mas apesar de ter uma visão terrena e de ter grande preocupação com o fato científico, Aristóteles tinha uma aguda compreensão da natureza e da importância da religião e da mitologia; tanto é que ele admitia a religião positiva do povo. Para ele essa crença tradicional e mítica seria como obra política para moralizar o povo e era uma consequência dos frutos das tendências humanas para as representações