Aqui que tá.
1.1 Por que Lina Bo Bardi
A arquitetura brasileira é carente de originalidade. Desde a época colonial até hoje, as referências para a arquitetura vêm do exterior, porém, o Brasil teve e tem atualmente arquitetos que souberam utilizar os padrões internacionais e agregar valores a estes devido às necessidades encontradas em nosso país. Dentre esses arquitetos de destaque, temos Lina Bo Bardi, que com sua genialidade e muito empenho em conhecer as regiões em que desenvolveria seus projetos, adequou suas obras as condições dos locais e as características sócio-culturais dos brasileiros, ajudando a tornar nossa arquitetura mais interessante e com características mais próprias, atualmente reconhecidas até no exterior.
1.2 Vida e principais projetos
Achillina Bo nasce em 5 de dezembro de 1914, em Roma. Logo após cursar o Liceu Artístico, ingressa na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma, apresentando, em 1939, aos 25 anos, sua Tesi di Laurea. Seu trabalho de conclusão do curso, Nucleo Assistenziale di Maternità e Infanzia, desperta polêmica por se constituir num projeto todo em concreto armado e em vidro, proporcionando um resultado estético em dissonância com o estilo oficial da escola.
Mudou-se para Milão, trabalhou na revista Domus e logo depois abriu um escritório no coração da cidade, em parceria com o arquiteto Carlo Pagani. Porém seu escritório acaba por ser bombardeado pelas tropas inglesas sendo inviável desenvolver qualquer tipo de projeto neste período. Colaborava então com revistas de todos os gêneros e após a guerra, enviada pela Domus, viaja em companhia de Pagani e do fotógrafo Federico Patellani pela Itália, documentando e avaliando a situação do país destruído. Funda com Pagani e Bruno Zevi a revista semanal ‘A’ – Attualità, Architettura, Abitazione, Arte [fig.1]. Nesta mesma fase o relacionamento de Lina e Pietro Maria Bardi aprofunda-se até o casamento (1946). Pietro, historiador e dono da Galleria