Aquecimento Global
(Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia)
Ninguém nega a existência do aquecimento global, nem os cientistas do IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – reunidos pela ONU, nem os cientistas chamados de “céticos”. A discussão que está tomado corpo no mundo todo é sobre as causas das mudanças climáticas. O clima está mudando por conta da atividade humana e da grande queima de combustíveis fósseis, que emitem dióxido de carbono (CO²), ou esta é mais uma oscilação “normal” da temperatura do planeta? A mídia em geral gosta destas disputas, que atiçam uma contenda que pode não estar, sequer, no centro do problema. Usando do mesmo maniqueismo podemos colocar a um canto do ringue o filme “Uma verdade Inconveniente”, produzido pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, que conquistou o grande público e, de quebra, um Oscar de documentário. No outro canto está “A grande farsa do Aquecimento Global”, produzido pela televisão inglesa, que reúne informações que procuram desqualificar os dados utilizados pelos defensores da tese de que o clima está mudando por causa das atividades humanas.
Nos próximos dois anos cerca de 360 milhões de pessoas vão morrer ao redor do mundo, segundo dados do Greenpeace, principalmente nas áreas mais pobres e ambientalmente frágeis, por conta das mudanças no clima. Exite consenso sobre o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos. No entanto, a disputa sobre as causas dos desastres ambientais neste século XXI está tomando um corpo maior do que o trabalho para reduzir seus impactos sobre a sociedade humana. Tornou-se uma queda-de-braço política com dois lados absolutamente antagônicos e incapazes de conciliação sequer em ações para salvar vidas. E esta disputa está agindo sobre os indicadores de opinião pública. A revista britânica The Economist (Carta Capital de 16/12/2009 – pag. 48) aponta que 71% dos norte-americanos acreditavam em abril de 2008 que haviam