aquecimento global
14/11/2008 - Embrapa O aumento das temperaturas em decorrência do aquecimento global pode provocar perdas nas safras de grãos de R$ 7,4 bilhões já em 2020 - número que pode subir para R$ 14 bilhões em 2070 - e alterar profundamente a geografia da produção agrícola no Brasil.
Se nada for feito para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e adaptar as culturas para a nova situação, deve ocorrer uma migração de plantas para regiões que hoje não são de sua ocorrência em busca de condições climáticas melhores. Áreas que atualmente são as maiores produtoras de grãos podem não estar mais aptas ao plantio bem antes do final do século.
A mandioca pode desaparecer do semi-árido, e o café terá poucas condições de sobrevivência no Sudeste. Por outro lado, a região Sul, que hoje é mais restrita às culturas adaptadas ao clima tropical por causa do alto risco de geadas, deve experimentar uma redução desse evento extremo, tornando-se assim propícia ao plantio de mandioca, de café e de cana-de-açúcar, mas não mais de soja, uma vez que a região deve ficar mais sujeita a estresses hídricos. Por outro lado, a cana pode se espalhar pelo país a ponto de dobrar a área de ocorrência.
A avaliação dos impactos das mudanças climáticas no setor foi feita com base na tecnologia de Zoneamento de Riscos Climáticos, um programa de computador desenvolvido a partir de 1996 pelos Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, em cooperação com Embrapa, Unicamp e outras instituições científicas.
http://www.agroambiente.org.br/arquivo/biblioteca/aquecimento_global_e_a_nova_geografia_da_producao_agricola_no_brasil.icv