Apresentação de caso da atuação do serviço de psicologia no transplante de medula òssea
Residente de Psicologia Cristiane Berriel Veroneze Data 19/ 11/2008
O presente caso traz o relato da história de adoecimento e tratamento de uma paciente atendida pelo Setor de Psicologia no serviço de Hematologia e Transplante de Medula Óssea (T.M.O.) do Hospital Universitário HU/CAS da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Primeiramente, antes de mais nada, torna-se importante esclarecer alguns pontos sobre as especificidades do trabalho neste setor, bem como a metodologia adotada. No T.M.O., os pacientes onco-hematológicos vivenciam intensas transformações. Trata-se de uma real situação de crise, na qual o paciente passa a debater-se entre sentimentos ambivalentes e se defronta com uma das questões mais angustiantes da existência humana o conflito entre a vida e a possibilidade de morte. Assim, o diagnóstico de uma doença com prognóstico tão reservado como o câncer, põe em evidência a fragilidade do ser humano e a representação da proximidade temporal de sua finitude. O conhecimento dos aspectos dolorosos, a degradação de funções vitais do organismo ou até mesmo a falta de informações sobre a doença pode levar o paciente a uma desestruturação psíquica e consequentemente a uma desestabilidade emocional. Neste sentido, o acompanhamento psicológico aos pacientes do T.M.O. tem por finalidade caracterizar as necessidades psicológicas destes no decorrer de todo o tratamento identificar mecanismos inconscientes de defesa decorrentes da experiência do adoecer averiguar o conhecimento real e fantasmático do paciente sobre a doença e o tratamento, bem como suas expectativas em relação ao transplante