APRESENTA O PORT 3P
Vive atormentado pela dura realidade imposta pela condenação do seu amigo Gomes Freire à pena de morte, porque esta realidade também devia ser destinada igualmente a si. Sousa Falcão veste-se de “negro”, porque assume uma atitude derrotista perante a o que está a acontecer ao seu fiel amigo, por isso diz estar de luto por ele (“Ele ainda está vivo, António. Não devia ter vindo de luto. (…) Não estou de luto por ele, Matilde (…)”) P.136.
Sousa Falcão vê, nos seus valores, os de um homem justo, muito semelhantes aos do seu grande amigo Gomes Freire, mas ao contrário deste, ele não está condenado à forca, por isso considera que “Quando os justos estão presos, só os injustos podem ficar fora das cadeias” P.137 ou seja, neste momento, ele é um homem “injusto”.
Sente-se revoltado e indignado por não partilhar o mesmo destino do seu amigo (“Fosse eu digno da ideia que de mim mesmo tinha, e estava lá em baixo, em S.Julião da Barra, ao lado de Gomes Freire, esperando a morte… P.136 (…) As ideias de Gomes Freire são também as minhas, mas ele vai ser enforcado - e eu não.”) P.137. Queixa-se de ser um indivíduo com falta de coragem, e é sempre o homem que fica em segundo plano, na segunda linha (“Faltou-me sempre coragem para estar na primeira linha…”) P.137.
Sousa Falcão tinha os mesmos ideias e defenda as mesmas coisas do General Gomes Freire, mas este opta por não o demonstrar publicamente e considera-se um cobarde como podemos ver na expressão (“(…) dei comigo à beira de lhe chamar louco, para desculpar a minha própria cobardia”) P.137.
Sousa Falcão é, portanto, um idealista convicto dos seus ideais, mas que, nos momentos decisivos, na luta pelos valores da liberdade, igualdade e fraternidade prefere ficar em segundo plano.
Nesta cena ele apercebe-se de que devia estar ao lado de Gomes de